Continental AG: Cisão da AUMOVIO para margens maiores até 2027!

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Continental AG: Cisão da AUMOVIO para margens maiores até 2027!

A Continental AG está num ponto de viragem com vendas de 41 mil milhões de euros em 2024, com o segmento de pneus a apoiar a rentabilidade com uma margem de 13,5%, enquanto o setor automóvel (19,4 mil milhões de euros em vendas) está sobrecarregado com margens fracas. A cisão prevista deste segmento como AUMOVIO até 2027 visa focar em áreas rentáveis, com um potencial aumento de margem para 8-10%. No curto prazo (6-12 meses), espera-se que o crescimento das vendas seja de 2-3%, para 42-42,5 mil milhões de euros em 2025, apoiado pelo crescimento dos pneus (3-4%) e reduções de custos (400 milhões de euros anuais a partir de 2025). A longo prazo (3-5 anos), as vendas poderão atingir os 45-48 mil milhões de euros, impulsionadas pela eletromobilidade e pela sustentabilidade. Os riscos de mercado, como as tensões geopolíticas e os encargos tarifários (potencial pressão sobre as margens de 5%), bem como os obstáculos regulamentares, continuam a ser desafios. No entanto, o potencial de expansão na Ásia e inovações como soluções baseadas na nuvem oferecem oportunidades. O equilíbrio entre a gestão de riscos e o realinhamento estratégico será crucial.

Desenvolvimento de mercado

Imagine olhar através do cockpit de um veículo de última geração – o futuro da mobilidade está a tomar forma e a Continental AG está bem no meio desta rápida mudança. Como um dos principais fornecedores da indústria automotiva, a empresa navega por um setor caracterizado por convulsões tecnológicas e mudanças no mercado global. Uma análise das tendências actuais e da dinâmica de crescimento mostra como a Continental se está a posicionar neste ambiente complexo e quais os desafios que se escondem nos mercados globais e regionais.

A indústria automóvel está a passar por uma transformação histórica, impulsionada pela eletromobilidade, condução autónoma e requisitos de sustentabilidade. A nível global, o crescimento da indústria está a ser alimentado pela crescente procura de veículos eléctricos (VE), que deverão atingir mais de 30% de quota de mercado até 2030. Para a Continental, isto significa oportunidade e pressão: o sector automóvel, que gerou cerca de 19,4 mil milhões de euros em vendas em 2024 e, portanto, quase metade das vendas do grupo, está no centro desta mudança. Mas as margens de lucro neste segmento, com um lucro operacional de quase 230 milhões de euros, permanecem significativamente aquém do negócio de pneus, que atingiu uma margem operacional de quase 13,5% em 2024. Esta discrepância está a obrigar o grupo a fazer ajustes estratégicos, como mostram o planeado spin-off da divisão automóvel, de forma a concentrar-se no core business mais rentável dos pneus, como mostram os dados da Estatista emerge.

A nível global, a Continental permanece fortemente posicionada internacionalmente, com uma quota de vendas estrangeiras superior a 80% em 2024. Isto sublinha a importância de mercados como a Ásia e a América do Norte, onde a procura por soluções de mobilidade inovadoras e pneus premium continua a crescer. No entanto, o grupo enfrenta uma concorrência intensa e sensibilidade aos preços, especialmente na China, o maior mercado automóvel do mundo. Ao mesmo tempo, os mercados emergentes no Sudeste Asiático e na América Latina oferecem potencial de expansão, especialmente no segmento de pneus, onde a Continental ainda é um dos principais fabricantes, atrás de concorrentes como a Michelin e a Bridgestone. O desafio é encontrar o equilíbrio entre a eficiência de custos e o investimento em tecnologias futuras, enquanto as incertezas geopolíticas e as questões da cadeia de abastecimento influenciam a estratégia global.

De uma perspectiva regional, existe um quadro misto na Europa. A Alemanha, onde trabalha um terço dos funcionários da Continental, continua a ser um local central para investigação e desenvolvimento (I&D), mas o grupo está aqui sob pressão de custos. No âmbito da estratégia “Lead - Focus - Perform”, apresentada em dezembro de 2023, a Continental planeia reduzir a quota de I&D dos atuais cerca de 12% das vendas (2023) para menos de 10% até 2025 e até 9% até 2028. Ao mesmo tempo, a consolidação dos locais de desenvolvimento - atualmente 82 em todo o mundo - e a agregação de unidades pretendem aumentar a eficiência e reduzir os custos anuais em 400 milhões de euros de 2025, como em um relatório atual Comunicado de imprensa da empresa é explicado. Estas medidas afetam cerca de 5.400 cargos em todo o mundo, incluindo 1.750 no departamento de I&D, e estão a ser implementadas gradualmente e de forma socialmente responsável, por exemplo, através da análise da consolidação de localizações na região do Reno-Meno.

Outra tendência que influencia a dinâmica regional é a crescente importância da sustentabilidade e da economia circular na Europa. Os consumidores e os reguladores exigem cada vez mais produtos ecológicos, levando a Continental a investir em materiais de pneus sustentáveis ​​e em tecnologias energeticamente eficientes. Embora isto possa criar vantagens competitivas a longo prazo, exige elevados investimentos a curto prazo, o que irá colocar pressão sobre a já tensa rentabilidade do segmento automóvel. Na América do Norte, no entanto, o foco está mais na integração de soluções de software para condução autónoma, uma área em que a Continental desempenha um papel fundamental através da sua subsidiária de software Elektrobit (onde 380 posições são afetadas pelos atuais ajustes).

As tendências e as condições do mercado deixam claro que a Continental está num ponto de viragem. As decisões estratégicas tomadas nos próximos anos, especialmente para focar em segmentos rentáveis ​​e otimizar a presença global, serão cruciais para permanecermos competitivos numa indústria em mudança. Ao mesmo tempo, permanece a questão de como o grupo irá dominar o equilíbrio entre as reduções de custos e as inovações necessárias para não perder o contacto com o topo.

Posição de mercado e concorrência

Se navegarmos pelo cenário competitivo dos fornecedores do setor automóvel, é impressionante como todas as quotas de mercado nesta indústria são ferozmente contestadas. A Continental AG afirma-se nesta corrida com uma mistura de tradição e inovação, mas a concorrência nunca dorme. Uma análise detalhada da posição de mercado, dos principais rivais e dos pontos fortes específicos revela a posição da empresa e que alavancas necessita de utilizar para consolidar a sua posição.

No segmento de pneus, a Continental é um dos pesos pesados ​​globais, embora esteja atrás da Michelin, Bridgestone e Goodyear em 2024. No entanto, com uma margem de lucro operacional de quase 13,5% no negócio de pneus, o grupo mostra que opera de forma extremamente lucrativa nesta área core. A quota de vendas do sector automóvel é de quase 19,4 mil milhões de euros, o que representa quase metade das vendas totais, mas a rentabilidade permanece significativamente mais fraca aqui, com um lucro operacional de apenas 230 milhões de euros. No geral, a margem de lucro operacional do Grupo atingiu aproximadamente 5,8% em 2024, indicando um desempenho misto. Dados de Estatista deixar claro que a planeada cisão do sector automóvel e da divisão ContiTech visa deixar de compensar perdas em segmentos menos rentáveis ​​com lucros de pneus.

Além dos gigantes dos pneus mencionados, os principais concorrentes incluem também fornecedores como a Bosch e a ZF Friedrichshafen, que lutam por quota de mercado no setor automóvel. A Bosch domina particularmente em soluções eletrônicas e de software para eletromobilidade, enquanto a ZF pontua com tecnologias de transmissão e acionamento. No segmento de pneus, a Michelin e a Bridgestone estabelecem padrões de inovação e presença global, com a Michelin a destacar-se frequentemente pelos seus materiais sustentáveis ​​e a Bridgestone pela sua política de preços agressiva. A Goodyear, por sua vez, aposta fortemente no mercado norte-americano, onde a Continental também luta por ações. Esta competição obriga a empresa a utilizar os seus recursos de forma direcionada para não ficar para trás.

Uma vantagem fundamental da Continental é o seu posicionamento premium no segmento de pneus, especialmente para veículos de preço médio e alto. Produtos como o PremiumContact 6, que combina eficiência com esportividade e conforto, ou o SportContact 6, otimizado para dirigibilidade, precisão de direção e segurança em altas velocidades, atendem aos requisitos específicos dos fabricantes. Além disso, a tecnologia ContiSilent, que utiliza uma camada de espuma especial para reduzir vibrações e ruídos, atende à necessidade de conforto em veículos elétricos, onde o ruído de rolamento é mais perceptível devido à falta de ruído do motor. Essas diferenciações tecnológicas são apresentadas em um Comunicado de imprensa da empresa e sublinham a capacidade de dominar objetivos técnicos conflitantes, como resistência ao rolamento versus consumo de energia.

Outro ponto positivo é o forte posicionamento internacional, com uma participação estrangeira superior a 80% das vendas em 2024. Isto permite à Continental beneficiar de mercados em crescimento como a Ásia e a América do Norte, enquanto um terço da força de trabalho na Alemanha garante um elevado nível de especialização em engenharia. No entanto, a expansão fora do negócio de pneus continua a ser um desafio, uma vez que vincula recursos e reduz a rentabilidade noutros segmentos. A decisão estratégica de se concentrar na actividade principal poderia reduzir a pressão competitiva a longo prazo através da externalização de áreas não lucrativas.

Numa comparação direta com os seus concorrentes, é notável que a Continental pode marcar pontos em termos da amplitude do seu portfólio, mas ainda tem de se atualizar na profundidade de campos futuros individuais, como software para condução autónoma ou tecnologia de baterias. A capacidade de dimensionar rapidamente as inovações e, ao mesmo tempo, otimizar a estrutura de custos será crucial para recuperar terreno em relação à Bosch ou à ZF. Ao mesmo tempo, o foco em pneus premium continua a ser uma base sólida não só para sobreviver na concorrência com a Michelin e a Bridgestone, mas também para expandir especificamente a quota de mercado.

Métricas de desempenho

Vamos mergulhar no mundo dos números na Continental AG, onde cada número-chave conta uma história sobre a saúde financeira e as prioridades estratégicas da empresa. A análise das vendas, lucros, EBITDA, margens e rácios de balanço proporciona uma visão clara do desempenho da empresa e dos desafios que tem de superar num ambiente de mercado dinâmico. Vejamos os dados e tendências atuais para avaliar com precisão a situação financeira.

Em 2024, a Continental alcançou vendas de cerca de 41 mil milhões de euros, dos quais o setor automóvel contribuiu com quase metade com 19,4 mil milhões de euros. O negócio de pneus, o núcleo mais rentável do grupo, contribuiu com o resto e apresentou um desenvolvimento robusto. O lucro operacional de todo o grupo ascendeu a cerca de 2,4 mil milhões de euros, com o setor automóvel a ficar muito aquém das expectativas, com apenas 230 milhões de euros. Em contrapartida, o segmento de pneus apresentou uma margem de lucro operacional de quase 13,5%, enquanto a margem global do grupo rondou os 5,8%. Esta discrepância sublinha a necessidade de ajustes estratégicos, como a planeada cisão da divisão automóvel.

O EBITDA, principal indicador do desempenho operacional, foi estimado em 5,2 mil milhões de euros em 2024, o que corresponde a uma margem de cerca de 12,7%. Isto mostra que, apesar das fragilidades no segmento automóvel, a Continental tem uma base sólida de fluxo de caixa que permite investimentos em áreas futuras como a eletromobilidade e as tecnologias autónomas. No entanto, permanece o desafio de reduzir os elevados custos de investigação e desenvolvimento - actualmente cerca de 12% das vendas - conforme previsto pela estratégia “Lead - Focus - Perform”, com uma meta de menos de 10% até 2025 e 9% até 2028. No entanto, o nível absoluto de despesas poderá continuar a aumentar devido ao crescimento das vendas.

Uma análise dos dados históricos mostra a evolução do desempenho financeiro. Em 2017, o grupo reportou um resultado de 2,98 mil milhões de euros, um aumento de 6,5% face ao ano anterior (2,80 mil milhões de euros), tal como em Relatório anual 2017 documentado. O lucro por ação também aumentou 6,5% para 14,92 euros, e o dividendo foi aumentado para 4,50 euros por ação, o que correspondeu a uma distribuição de 900 milhões de euros ou 30,2% do lucro consolidado. O rendimento de dividendos foi de 2,2%, ligeiramente abaixo do ano anterior (2,3%). Estes números ilustram a estabilidade a longo prazo da política accionista, mesmo que as actuais margens no sector automóvel estejam a pressionar a rentabilidade global.

Os rácios do balanço fornecem uma visão mais aprofundada da estrutura financeira. No final de 2017, a capitalização bolsista era de 45 mil milhões de euros, um aumento face aos 36,7 mil milhões de euros do ano anterior, mantendo-se o free float inalterado em 54%. A capitalização bolsista média baseada no free float foi de 24,3 mil milhões de euros, o que reflete a atratividade para os investidores. As estimativas atuais para 2024 mostram que o rácio de capitais próprios ronda os 35-40%, indicando uma estrutura financeira sólida, mas não excessivamente conservadora. A alavancagem, medida pelo rácio dívida líquida/EBITDA, deverá situar-se em torno de 2,0 a 2,5, o que é moderado em comparação com a indústria, mas limita a margem para investimentos estratégicos se as margens não aumentarem.

Os desafios financeiros reflectem-se também nas medidas de redução de custos planeadas, que deverão poupar 400 milhões de euros anualmente a partir de 2025. Estas medidas, que afectam cerca de 5.400 empregos em todo o mundo, visam racionalizar as estruturas administrativas e empresariais e aumentar a rentabilidade. Ao mesmo tempo, o foco no negócio dos pneus continua a ser crucial, pois é aqui que são alcançadas as margens mais elevadas. A questão é saber se o desenvolvimento das vendas nos mercados em crescimento, como a Ásia, é suficiente para compensar as fraquezas do sector automóvel enquanto a cisão planeada ainda está a ser implementada.

Desenvolvimento do preço das ações

Vamos viajar através da história do mercado de ações da Continental AG, onde as curvas de preços das ações têm tantos altos e baixos quanto as estradas para as quais os seus produtos são desenvolvidos. O desempenho histórico do preço das ações, a volatilidade e a comparação com índices relevantes fornecem informações valiosas sobre como a empresa se adaptou às condições de mercado ao longo do tempo e quais os riscos existentes para os investidores. Vamos dar uma olhada nos dados para decifrar o desempenho nos mercados.

A evolução do preço das ações da Continental mostra uma trajetória movimentada ao longo de décadas. A partir de 1983, iniciou-se uma recuperação após anos de declínio, apoiada por aquisições como a Uniroyal, a General Tire e a Semperit, bem como uma abordagem activa aos investidores estrangeiros. Contudo, em 1999 houve um revés, desencadeado por uma crise na indústria automóvel. Uma recuperação impressionante começou em 2003, atingindo a marca dos 200 euros em 2015 e finalmente um recorde de 257 euros por ação em 2018. Mas a volatilidade aumentou a partir de 2016, uma vez que as elevadas expectativas dos investidores nem sempre corresponderam ao desempenho da empresa. A primavera de 2020 trouxe uma quebra do mercado de ações devido à pandemia corona, e as notícias de milhares de milhões de amortizações continuaram a pesar sobre o preço, mesmo que a especulação sobre uma reestruturação empresarial tenha causado breves saltos. Como uma revisão histórica Site da Continental documentado, um investidor que comprasse 100 ações em 1994 teria ganho cerca de 25 mil euros no final de 2017, enquanto o valor no final de 2020 rondava ainda os 15 mil euros.

A volatilidade das ações da Continental reflete as incertezas da indústria. Observaram-se flutuações de preços mais fortes desde 2016, devido a choques externos, como a crise financeira de 2009, a pandemia corona de 2020 e desafios internos, como a baixa rentabilidade no setor automóvel. A volatilidade anualizada de cerca de 25-30% ao longo dos últimos anos (com base em dados históricos e estimativas) mostra que a ação está sujeita a maiores flutuações do que o mercado mais amplo. Isto torna-os atraentes para investidores que assumem riscos, mas também implica uma incerteza considerável, especialmente em tempos de instabilidade económica ou de notícias negativas sobre as empresas.

Em comparação com índices relevantes, o quadro é misto. Em comparação com o DAX, o principal índice alemão, a Continental conseguiu acompanhá-lo ou ultrapassá-lo em fases de ascensão, por exemplo entre 2003 e 2015, quando a ação regressou ao top 30 das ações na Alemanha após sete anos. Porém, em tempos de crise como 2020, o desempenho ficou significativamente atrás do índice. Uma comparação com as ações boerse.de Megatrend, que aumentaram de valor de 10.000 para 3.727.156,17 pontos de 1999 até o final de 2023, mostra que a Continental não conseguiu acompanhar as ações de crescimento mais forte. O Nasdaq 100, que subiu de 10.000 para 40.680,20 pontos no mesmo período, evidencia ainda mais claramente esta lacuna, segundo dados do boerse.de esclarecer. Isto deve-se principalmente ao facto de a Continental operar numa indústria cíclica, enquanto os índices tecnológicos beneficiam do crescimento estrutural.

A capitalização bolsista no final de 2017 era de 45 mil milhões de euros, sublinhando a sua atratividade para os investidores institucionais, mas o aumento da volatilidade e as recentes descidas dos preços sugerem uma confiança cautelosa. As estimativas atuais para 2024 mostram um preço de cerca de 70-80 euros por ação (em meados de 2024), o que está bem abaixo dos máximos de 2018. O número beta, que mede a sensibilidade aos movimentos do mercado, é de cerca de 1,2, o que significa que a ação reage mais fortemente às mudanças do mercado do que o DAX – uma indicação de risco aumentado.

A evolução histórica e a comparação com índices deixam claro que a Continental consegue brilhar nas fases de crescimento, mas permanece vulnerável a crises externas e internas. A questão de saber se medidas estratégicas como a cisão da divisão automóvel ou as reduções de custos poderão recuperar a confiança dos investidores depende fortemente da implementação e das condições de mercado nos próximos anos.

Fatores atuais

Imaginemos virar a roda em direcção às condições económicas que rodeiam a Continental AG e focar nos principais factores, como a evolução das taxas de juro, os preços das matérias-primas, a procura e o papel da gestão. Estes factores não só moldam o cenário operacional do grupo, mas também influenciam as decisões estratégicas numa indústria em transição. Vejamos de perto os desenvolvimentos atuais e seu impacto na empresa.

Comecemos pela evolução das taxas de juro, que são de importância central para uma empresa de capital intensivo como a Continental. As taxas de juro de construção para empréstimos de dez anos são atualmente de 3,6% (em 5 de novembro de 2025), e mais de 80% dos especialistas esperam condições estáveis ​​no curto prazo, apoiadas por uma situação robusta do mercado interno na UE e uma taxa de inflação próxima da meta de 2% do BCE. No médio prazo, porém, 60% dos especialistas prevêem um aumento para cerca de 4% até 2026, devido a tensões geopolíticas, novas tarifas e elevada dívida nacional, segundo uma análise Interhip mostra. Para a Continental, isto significa custos de financiamento potencialmente mais elevados, especialmente para investimentos em investigação e desenvolvimento ou consolidações locais. Com um rácio dívida líquida/EBITDA estimado entre 2,0 e 2,5, a margem para dívida adicional permanece limitada se as taxas de juro subirem.

Outro fator crítico são os preços das matérias-primas, que afetam diretamente os custos de produção no segmento de pneus e outras áreas. A borracha natural, um componente-chave dos pneus, tem apresentado flutuações de preços de 10-15% ao ano nos últimos anos, influenciadas pelas condições climáticas em países produtores como a Tailândia e pelas incertezas geopolíticas. O aço e os materiais sintéticos necessários ao setor automóvel também estão sujeitos a tensões globais na oferta e na procura. As estimativas atuais sugerem um aumento moderado nos custos das matérias-primas de 3-5% para 2025, o que poderá pressionar ainda mais as margens já apertadas no setor automóvel (atualmente abaixo de 2%). Uma estrutura de custos eficiente e possíveis aumentos de preços no segmento de pneus premium serão cruciais para amortecer este fardo.

A evolução da procura apresenta um quadro misto. No segmento de pneus, a procura por produtos premium permanece estável, especialmente em mercados em crescimento como a Ásia, onde a quota estrangeira de vendas foi superior a 80% em 2024. A crescente adoção de veículos elétricos também está a impulsionar a procura de pneus especializados com baixa resistência ao rolamento e baixo ruído de rolamento, uma área em que a Continental está bem posicionada com tecnologias como o ContiSilent. No setor automóvel, no entanto, a procura está estagnada devido às incertezas em torno da transição para a eletromobilidade e à menor rentabilidade, o que sublinha o spin-off planeado deste segmento. As previsões indicam um crescimento moderado das vendas de 2-3% no segmento de pneus para 2025, enquanto o setor automóvel permanece sob pressão.

A força de liderança da gestão é crucial para superar esses desafios. No âmbito da estratégia “Lead - Focus - Perform”, apresentada em dezembro de 2023, a gestão do grupo definiu prioridades claras: redução da quota de I&D de 12% (2023) para menos de 10% até 2025 e 9% até 2028, bem como poupanças de custos anuais de 400 milhões de euros a partir de 2025 através da racionalização de estruturas e cortes de empregos (cerca de 5.400 em todo o mundo). Estas medidas, que se pretendem ser implementadas de forma socialmente responsável, mostram uma abordagem pragmática para aumentar a rentabilidade. Ao mesmo tempo, a gestão enfrenta o desafio de organizar sem problemas a cisão da divisão automóvel e da divisão ContiTech, a fim de se concentrar no lucrativo negócio dos pneus. A comunicação até à data indica uma orientação clara para os objectivos, mas a velocidade de implementação e a reacção do mercado a estas reestruturações continuam a ser critérios cruciais.

A combinação do aumento das taxas de juro, dos custos voláteis das matérias-primas e da procura inconsistente coloca a Continental diante de tarefas complexas. A forma como a gestão equilibra estes factores externos e internos determinará em grande parte se o grupo consegue manter a sua competitividade numa indústria em mudança.

geopolítica

Vamos embarcar num mapa geopolítico onde os conflitos comerciais, as sanções e a estabilidade política influenciam significativamente o percurso da Continental AG. Numa economia globalizada em que o grupo gera mais de 80% das suas vendas fora da Alemanha, estes factores externos não são apenas notas secundárias, mas sim riscos e oportunidades centrais. Vamos dar uma olhada nas tensões atuais e seu impacto potencial na empresa.

Os conflitos comerciais entre os principais blocos económicos, como a UE e os EUA, representam uma ameaça crescente. Após a reeleição de Donald Trump em Novembro de 2024, a ameaça de novas tarifas prejudicou mais uma vez as relações transatlânticas. Já em 2018, as tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio levaram a aumentos significativos de custos para as empresas europeias, e os debates atuais no Parlamento Europeu, em fevereiro de 2025, mostram que a UE depende de contra-tarifas como elemento dissuasor. Maroš Šefčovič, da Comissão Europeia, criticou tais medidas como prejudiciais para as empresas e os consumidores, conforme afirmado no site do Parlamento Europeu documentado. Para a Continental, isto poderá significar custos mais elevados de matérias-primas, como o aço, necessárias na sua divisão automóvel, bem como dificuldades de exportação para o mercado dos EUA, que representa uma parte significativa das vendas. As estimativas sugerem que uma tarifa de 10% sobre produtos automóveis poderia diminuir ainda mais as margens neste segmento já fraco (atualmente abaixo de 2%).

Sanções e restrições comerciais aumentam a incerteza. Conflitos históricos, como as tarifas dos EUA sobre as azeitonas espanholas em 2018 ou as disputas sobre a carne bovina tratada com hormonas, mostram a rapidez com que as decisões políticas podem perturbar as cadeias de abastecimento. As sanções contra países como a Rússia, onde a Continental esteve ativa até ao conflito na Ucrânia em 2022, são atualmente um problema. A saída deste mercado já causou perdas de vendas estimadas em 200-300 milhões de euros anuais, e novas tensões geopolíticas poderão comprometer o acesso a matérias-primas como a borracha natural ou as terras raras para componentes de eletromobilidade. A dependência do grupo das cadeias de abastecimento globais torna-o particularmente vulnerável a tais choques externos, especialmente nos mercados emergentes, que são cruciais para a expansão no segmento de pneus.

A estabilidade política – ou a falta dela – também desempenha um papel central. Na Europa, a situação permanece relativamente estável, apesar das tensões internas, o que beneficia a Continental, uma vez que um terço da sua força de trabalho trabalha na Alemanha e a região continua a ser um mercado central. Mas na Ásia, especialmente na China, onde o grupo tem uma forte presença, as incertezas políticas e as disputas comerciais representam riscos. A possibilidade de novas tarifas ou obstáculos regulamentares poderá colocar pressão sobre a estrutura de custos, enquanto na América do Norte a política comercial imprevisível do novo governo dos EUA reduz a certeza do planeamento. Bernd Lange, presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, sublinhou a necessidade de contramedidas, sugerindo uma escalada das tensões. Para a Continental, isto pode significar que decisões estratégicas, como relocalizações ou ajustes na cadeia de abastecimento, têm de ser implementadas mais rapidamente, a fim de reagir a mudanças repentinas.

O impacto destas dinâmicas geopolíticas nas finanças do grupo não deve ser subestimado. Um aumento nos custos comerciais de apenas 5% poderia reduzir ainda mais a já baixa margem operacional no sector automóvel, enquanto o sector dos pneus poderia ser onerado por tarifas de exportação mais elevadas em mercados-chave como os EUA. Ao mesmo tempo, as iniciativas políticas na UE, como os programas de financiamento para a eletromobilidade, oferecem oportunidades de crescimento se a Continental reforçar a sua posição nesta área. Equilibrar a gestão de riscos e aproveitar as oportunidades de financiamento será fundamental para navegar neste ambiente incerto.

Situação dos pedidos e cadeias de abastecimento

Vamos dar uma olhada mais profunda nas bases operacionais da Continental AG, observando de perto a situação da produção e dos pedidos. A carteira de pedidos, os gargalos de entrega e as capacidades de produção são indicadores-chave da capacidade do Grupo de sobreviver em um ambiente de mercado desafiador. Com um foco preciso nos dados e tendências atuais, analisamos como estes fatores influenciam o desenvolvimento a curto e médio prazo.

A carteira de encomendas na indústria automóvel apresenta atualmente uma tendência decrescente, o que também afeta a Continental. De acordo com comunicado do Serviço Federal de Estatística datado de 19 de agosto de 2024, a carteira de pedidos no setor manufatureiro caiu 0,2% em junho de 2024 em relação ao mês anterior e 6,2% em relação ao ano anterior. A indústria automóvel, em particular, registou uma queda de 0,7%, o 17º mês consecutivo de evolução negativa. O intervalo de pedidos em carteira é de 7,2 meses, o que indica uma situação de pedidos sólida, mas não abundante. Para a Continental, isto significa que a pressão no setor automóvel, que gerou cerca de 19,4 mil milhões de euros em vendas em 2024, continua. No segmento de pneus, a situação poderá ser mais estável à medida que a procura por produtos premium continuar em mercados em crescimento como a Ásia (mais de 80% de participação estrangeira nas vendas). No entanto, a tendência decrescente continua a ser um sinal de alerta para o desenvolvimento das vendas no curto prazo, especialmente para bens de capital, cujo intervalo é de 9,7 meses, conforme mostrado na Destatis documentado.

Os gargalos nas entregas representam um desafio adicional que afeta a eficiência operacional da Continental. Os problemas da cadeia de abastecimento global, agravados por tensões geopolíticas e sanções, limitaram a disponibilidade de matérias-primas como a borracha natural e o aço nos últimos anos. As estimativas sugerem que os atrasos nas entregas aumentaram os custos de produção no setor automóvel em 3-5%, pesando ainda mais nas margens já baixas (menos de 2%). Os gargalos nos semicondutores, que são essenciais para os componentes eletrônicos dos veículos, são particularmente críticos. Esta escassez tem levado a perdas de produção na indústria e a Continental não está isenta disso. A dependência do grupo de fornecedores internacionais, especialmente da Ásia, torna-o vulnerável a tais perturbações, enquanto a consolidação de locais de desenvolvimento (de 82 em todo o mundo) como parte da estratégia “Lead - Focus - Perform” poderia limitar a flexibilidade no curto prazo.

As capacidades de produção da Continental também estão em destaque, pois são cruciais para lidar com as flutuações da procura. O grupo opera inúmeras fábricas em todo o mundo, com foco na Europa, Ásia e América do Norte, para garantir proximidade com mercados importantes. As estimativas atuais mostram que a utilização no segmento de pneus está em torno de 85-90%, indicando uma capacidade sólida, mas não sobrecarregada. No setor automóvel, contudo, a utilização é inferior, estimada em 70-75%, devido à estagnação da procura e às incertezas na transição para a eletromobilidade. A cisão planeada deste segmento, bem como as medidas de redução de custos (400 milhões de euros anuais a partir de 2025) poderão levar ao encerramento ou à reestruturação de instalações de produção não rentáveis. Ao mesmo tempo, a empresa planeia fazer melhor utilização da infra-estrutura existente, agrupando unidades de desenvolvimento, o que poderá aumentar a eficiência a longo prazo.

A combinação de uma carteira de encomendas decrescente e estrangulamentos contínuos nas entregas está a colocar a Continental sob pressão, especialmente no setor automóvel, onde a margem operacional já é fraca. No segmento de pneus, a procura estável nos mercados emergentes oferece uma certa zona tampão, mas a capacidade de ajustar de forma flexível as capacidades de produção será crucial para responder a aumentos repentinos na procura ou a novas perturbações na oferta. As medidas estratégicas para consolidar localizações e reduzir custos poderão ter aqui um efeito positivo, desde que sejam implementadas de forma rápida e eficaz.

Inovações

Vamos explorar a frente de inovação da Continental AG, onde os avanços tecnológicos definem o rumo para o futuro. Numa indústria caracterizada por mudanças rápidas, as patentes e os gastos com investigação e desenvolvimento (I&D) desempenham um papel fundamental na garantia de vantagens competitivas. Com um olhar atento aos desenvolvimentos atuais e às prioridades estratégicas, analisamos como o grupo está a fortalecer a sua posição através da inovação.

Os avanços tecnológicos constituem a espinha dorsal da estratégia da Continental, particularmente nas áreas da eletromobilidade e da condução autónoma. Um exemplo notável é a atribuição do Prémio de Inovação CLEPA 2024 na categoria “Digital” para “virtualização de computador de alto desempenho (HPC) do Smart Cockpit”. Esta solução baseada em nuvem revoluciona o desenvolvimento de veículos ao permitir o desenvolvimento de software antes da disponibilidade de hardware físico. As ECUs virtuais permitem a simulação e teste de aplicações futuras, permitindo o desenvolvimento de hardware e software em paralelo. Isso reduz significativamente o tempo de desenvolvimento e ajuda a identificar problemas potenciais antecipadamente, como em um Comunicado de imprensa da empresa está em destaque. Jean-François Tarabbia, responsável pela unidade de negócios Arquitetura e Soluções de Rede, enfatizou a importância deste reconhecimento para a força inovadora do grupo. Estas tecnologias posicionam a Continental como pioneira na transformação digital da indústria automóvel.

O grupo também aposta em inovações sustentáveis ​​no segmento de pneus. Um acordo-quadro com a Pyrum Innovations AG para a compra a longo prazo de negro de fumo recuperado (rCB) sublinha o compromisso com a economia circular. O contrato, que cobre um prazo de dez anos e quantidades de compra para pelo menos duas fábricas da Pyrum, estipula que a Continental também entregará pneus usados ​​à Pyrum e fará um adiantamento para entregas futuras. Todos os pneus de empilhadeiras recém-produzidos na fábrica de Korbach já contêm Pyrums rCB, e ambas as empresas estão trabalhando no desenvolvimento da produção em série de pneus para automóveis de passageiros. A Pyrum também planeja construir uma nova fábrica em Perl-Besch até o final de 2025 para dobrar a capacidade de reciclagem de 20 mil para 40 mil toneladas de pneus usados, segundo seu site. Pirum documentado. Esta parceria fortalece a estratégia de sustentabilidade da Continental e poderá reduzir custos a longo prazo através da reutilização de materiais.

As patentes são outra pedra angular da força inovadora. A Continental detém um extenso portfólio de patentes, especialmente nas áreas de tecnologia de pneus, sensores e soluções de software para condução autônoma. Estima-se que o grupo registe centenas de novas patentes todos os anos, sublinhando a sua posição como líder tecnológico. Tecnologias como o ContiSilent, que reduz o ruído de rolamento em veículos elétricos, ou o PremiumContact 6, que alia eficiência e esportividade, estão protegidas por patentes e garantem vantagens competitivas. No sector automóvel, as patentes de software e soluções electrónicas protegem o grupo de imitadores, mesmo que a cisão planeada deste segmento possa afectar a utilização a longo prazo destas patentes. A capacidade de proteger e monetizar a propriedade intelectual continua a ser um factor crítico na posição de mercado.

Os gastos em I&D da Continental são uma alavanca fundamental para permitir estes avanços tecnológicos, mas estão sob pressão de custos. Para 2023, a quota de I&D ascendeu a cerca de 12% das vendas, o que, com vendas a rondar os 41 mil milhões de euros, significa despesas de quase 4,9 mil milhões de euros. No âmbito da estratégia “Lead – Focus – Perform”, o grupo planeia reduzir este rácio para menos de 10% até 2025 e para 9% até 2028, o que significaria despesas de cerca de 3,7 mil milhões de euros em 2028 se as vendas se mantivessem iguais. Apesar da redução prevista, as despesas absolutas poderão aumentar devido ao crescimento das vendas. A consolidação de 82 locais de desenvolvimento em todo o mundo e a redução de 1.750 empregos nesta área pretendem aumentar a eficiência sem pôr em perigo a força inovadora. No entanto, o equilíbrio entre a redução de custos e os investimentos necessários em domínios futuros, como a eletromobilidade e as soluções digitais, continua a ser um desafio.

Os avanços tecnológicos e o compromisso com soluções sustentáveis ​​mostram que a Continental está no caminho certo para se afirmar numa indústria em mudança. O foco estratégico nas inovações digitais e na economia circular poderia não só garantir vantagens competitivas a longo prazo, mas também cumprir os requisitos regulamentares e abrir novos mercados.

Previsão de longo prazo

Vamos nos concentrar nos próximos anos e dar uma olhada no desenvolvimento da Continental AG. Para o período de 3 a 5 anos, ou seja, até 2027-2029, estão a surgir perspectivas promissoras, mas também desafiantes. Ao analisar os motores de crescimento e os possíveis cenários, delineamos como o grupo poderia posicionar-se num ambiente de mercado dinâmico. Vamos mergulhar direto nos principais aspectos que moldarão o futuro.

As perspectivas para a Continental nos próximos 3 a 5 anos dependem fortemente do sucesso da implementação do realinhamento estratégico. A planeada cisão da divisão automóvel, que gerou cerca de 19,4 mil milhões de euros em vendas em 2024, pretende focar-se no negócio mais rentável de pneus, onde a margem operacional é de quase 13,5%. A divisão automotiva está posicionada como uma unidade independente sob a marca AUMOVIO, uma empresa de tecnologia para veículos autônomos e definidos por software. Com vendas de 19,6 mil milhões de euros no ano fiscal de 2024 e aproximadamente 93.000 funcionários em mais de 50 países, a AUMOVIO demonstra uma forte presença no mercado, especialmente em mercados em crescimento como a China, conforme afirma no seu website Continental explicou. As quatro áreas de negócios – Mobilidade Autônoma, Arquitetura e Soluções de Rede, Segurança e Movimento e Experiência do Usuário – oferecem um amplo portfólio que abrange desde soluções de sensores até tecnologias de exibição. Se a cisão for concluída até 2027, isso poderá aumentar a margem global do grupo restante para 8-10%, uma vez que as perdas no setor automóvel já não precisam de ser compensadas pelos lucros dos pneus.

Um dos principais motores de crescimento é o segmento de pneus, que está a beneficiar da crescente procura de produtos premium e pneus especializados para veículos eléctricos. As previsões indicam um crescimento anual das vendas de 3-5% até 2029, impulsionado pelos mercados da Ásia e da América do Norte, onde a participação externa nas vendas já ultrapassa os 80%. Outro impulsionador é a sustentabilidade, por exemplo, através de parcerias como a Pyrum Innovations para utilizar negro de fumo recuperado, o que poderia reduzir custos e cumprir os requisitos regulamentares. No setor automóvel (via AUMOVIO), as tecnologias autónomas e as soluções de display são áreas de crescimento, especialmente na área da experiência do utilizador, onde se espera que o valor por veículo aumente através de displays maiores. As estimativas mostram que o mercado de mobilidade autónoma poderá crescer 15-20% anualmente até 2030, favorecendo a AUMOVIO com posições de liderança de mercado em sistemas de detecção e travagem.

Uma análise da estrutura financeira apoia esta perspectiva. A Continental pretende financiar as necessidades contínuas de investimento a partir do fluxo de caixa operacional, com um rácio de capital próprio superior a 30% (2024 a 40%) e um rácio de alavancagem inferior a 40% (2024 a 25,1%), como em Relatório anual 2024 mostrado. Com ativos líquidos ilimitados de 2.720 milhões de euros e linhas de crédito não utilizadas de 4.966 milhões de euros no final de 2024, o grupo permanece financeiramente flexível. Isto permite investimentos em áreas de crescimento, mesmo que os vencimentos das obrigações (por exemplo, 600 milhões de euros em 2025, 750 milhões de euros em 2026) possam criar pressão a curto prazo. A redução da quota de I&D para 9% até 2028 (de 12% em 2023) destina-se também a garantir poupanças anuais de custos de 400 milhões de euros a partir de 2025, o que apoiará a rentabilidade.

Três cenários descrevem possíveis desenvolvimentos até 2029. No cenário base (probabilidade de 50%), a cisão da AUMOVIO terá sucesso sem problemas até 2027, a divisão de pneus crescerá 3-4% anualmente e a margem global aumentará para 9%. As vendas poderão rondar os 45-48 mil milhões de euros, com o AUMOVIO a atingir cerca de 22-25 mil milhões de euros separadamente. No Cenário Otimista (30% de probabilidade), o crescimento no segmento de pneus acelera para 5% anualmente devido à forte procura por pneus para veículos elétricos, enquanto a AUMOVIO atinge um crescimento anual de vendas de 25-30% através de tecnologias autónomas; a margem global poderá atingir 10-11%. No cenário pessimista (probabilidade de 20%), a cisão é atrasada, as tensões geopolíticas e os estrangulamentos na oferta abrandam o crescimento para 1-2% anualmente, e a margem estagna em 6-7%, o que limitaria as vendas a 40-42 mil milhões de euros. Factores externos, como conflitos comerciais ou aumento das taxas de juro (previsão: 4% até 2026) poderão agravar este cenário.

Os próximos anos oferecem à Continental oportunidades e riscos. O foco estratégico em segmentos rentáveis ​​e mercados em crescimento será crucial para atingir os objetivos definidos, enquanto as incertezas externas exigem uma adaptação flexível. A forma como o grupo domina este equilíbrio continua a ser um ponto chave para investidores e observadores.

Previsão de curto prazo

Vamos aguçar a nossa visão do futuro imediato e ampliar o desenvolvimento da Continental AG nos próximos 6 a 12 meses. Este curto espaço de tempo centra-se no progresso operacional, nas metas trimestrais e nas avaliações dos analistas para avaliar a direção do Grupo. Sem mais delongas, analisemos os principais fatores e expectativas para este período.

Durante os próximos 6 a 12 meses, ou seja, até meados ou finais de 2026, a Continental enfrentará uma fase de consolidação e implementação estratégica. O foco está na continuação das medidas de redução de custos como parte da estratégia “Lead – Focus – Perform”, que deverá poupar 400 milhões de euros anualmente a partir de 2025. Com vendas de cerca de 41 mil milhões de euros em 2024, espera-se um crescimento moderado de 2-3% para todo o ano de 2025, o que poderá significar vendas de 42-42,5 mil milhões de euros. Espera-se que o segmento de pneus continue a ser o principal impulsionador, com um crescimento esperado de 3-4%, impulsionado pela procura estável na Ásia e na América do Norte. O setor automóvel, que gerou cerca de 19,4 mil milhões de euros em vendas em 2024, continua sob pressão, com um desenvolvimento estagnado ou um ligeiro declínio de 1-2% à medida que a cisão planeada progride. A margem operacional do grupo poderá melhorar para 6-6,5%, impulsionada por melhorias de eficiência, embora o sector automóvel continue a ser um fardo.

As metas trimestrais para os próximos dois a três trimestres (2º ao 4º trimestre de 2025) visam melhorias graduais. Para o segundo trimestre de 2025, as vendas estão previstas para cerca de 10,5-10,8 mil milhões de euros, com um lucro operacional ajustado de 600-650 milhões de euros, com base nos números mais recentes (1º trimestre de 2025: 586 milhões de euros, conforme notícias diárias relatado). No terceiro e quarto trimestre de 2025, as vendas poderão aumentar para 10,8-11 mil milhões de euros, apoiadas por efeitos sazonais no segmento de pneus e poupanças iniciais resultantes da consolidação local (redução de 82 locais de desenvolvimento em todo o mundo). Espera-se que o lucro operacional ajustado suba para 650-700 milhões de euros nestes trimestres, sinalizando uma aproximação gradual a uma margem global de 6,5%. No entanto, estes objetivos dependem da estabilização das cadeias de abastecimento, especialmente de semicondutores, que constituem um fardo para o setor automóvel.

As opiniões dos analistas mostram um quadro misto, mas geralmente positivo, para o horizonte de curto prazo. As análises técnicas indicam tendência de alta para as ações da Continental, com alta de preço de 5,83% e pico de 8,27% em 17 de outubro de 2025, colocando o grupo no topo da lista de vencedores do DAX. De acordo com uma análise XTB O gráfico de 4 horas mostra um sinal de alta com um gap acima do SMA50 (66,58 EUR), e uma subida para 70-75 EUR é considerada possível desde que o preço permaneça acima deste nível. As resistências situam-se em 68,69 euros (SMA200) e 72,04 euros, enquanto a zona de suporte em 56 euros é crítica - uma ruptura pode criar um quadro negativo. Os analistas sublinham que a tendência ascendente geral está em curso desde Novembro de 2024, proporcionando confiança no curto prazo. No entanto, as avaliações fundamentais são mais cautelosas: embora o segmento dos pneus permaneça robusto, alguns especialistas vêem riscos decorrentes de tensões geopolíticas e tarifas dos EUA, que poderão pesar sobre o setor automóvel, bem como sobre outras empresas (por exemplo, a Philips, com um encargo de 250-300 milhões de euros).

O desenvolvimento a curto prazo também é influenciado por factores externos. O DAX apresentou fraqueza em 6 de maio de 2025, com queda de 0,41% para 23.249 pontos, devido às incertezas após a eleição do chanceler na Alemanha. Nos EUA, os défices comerciais (140,5 mil milhões de dólares em Março) e os riscos tarifários pesam sobre os mercados, o que poderá ter um impacto indirecto no Continente, especialmente nas exportações. No entanto, o aumento dos preços do petróleo (Brent a 61,78 dólares) e um euro estável (1,1361 dólares) proporcionam algum apoio à estrutura de custos. No entanto, desafios internos como a escassez de trabalhadores qualificados (que afecta 84% das empresas alemãs) poderão atrasar a implementação de medidas de eficiência, especialmente com a redução planeada da quota de I&D para menos de 10% até ao final de 2025.

Os próximos 6 a 12 meses representarão uma fase de transição para a Continental, na qual a estabilidade operacional e o sucesso inicial do realinhamento estratégico serão cruciais. O cumprimento das metas trimestrais definidas pelo grupo e a confirmação da confiança dos analistas na tendência ascendente do preço das ações depende do equilíbrio entre as medidas internas e as incertezas externas.

Riscos e oportunidades

Vamos esclarecer as águas incertas em que a Continental AG está a navegar e concentrar-nos nos riscos de mercado, nos obstáculos regulamentares e no potencial de expansão que influenciam o rumo da empresa. Numa indústria caracterizada por uma dinâmica global e diretrizes rígidas, estes aspectos são cruciais para a direção estratégica. Sem demora, analisemos os principais desafios e oportunidades que temos pela frente.

Os riscos de mercado representam uma ameaça significativa para a Continental, especialmente devido à sua elevada dependência da indústria automóvel, que representa 62% das vendas. Uma recessão macroeconómica poderia reduzir significativamente as vendas, como Relatório anual 2024 está destacado. Além disso, cinco grandes clientes OEM geram 33% das vendas, o que significa uma forte concentração e, portanto, um risco acrescido em caso de falhas ou diminuições na procura. Os conflitos geopolíticos, por exemplo na Ucrânia, no Médio Oriente ou entre a China e Taiwan, bem como as tendências protecionistas, como as tarifas adicionais, estão a exacerbar as incertezas. Um hipotético aumento de 5% nos custos comerciais poderia impactar ainda mais a já baixa margem operacional no setor automotivo (abaixo de 2%). Os riscos financeiros decorrentes de alterações nas taxas de câmbio também são relevantes: uma alteração de 10% poderia ter um efeito negativo de 400-500 milhões de euros nos lucros, embora os riscos de incumprimento sobre os activos líquidos permaneçam baixos graças à cooperação com os bancos principais.

Os obstáculos regulamentares representam outra barreira que a Continental deve superar. Regulamentações ambientais e de segurança mais rigorosas, especialmente na Europa, poderão afectar a procura de determinados produtos e resultar em custos adicionais. Novos requisitos para redução de emissões ou sustentabilidade exigem investimentos em tecnologias como componentes de eletromobilidade ou materiais reciclados, o que reduz a rentabilidade a curto prazo. Restrições comerciais como embargos, sanções e controlos de exportação aumentam a complexidade, especialmente em mercados como a Rússia, dos quais o grupo se retirou parcialmente, com perdas de vendas de 200-300 milhões de euros anuais. Os riscos jurídicos decorrentes de processos judiciais ou multas por comportamento anticoncorrencial, bem como de auditorias fiscais por parte das autoridades fiscais, também podem resultar em custos elevados. Existe também o risco de violação dos direitos de propriedade intelectual de terceiros, o que poderia limitar o poder inovador através de disputas legais.

Apesar destes riscos, o potencial de expansão oferece oportunidades significativas, especialmente em mercados em crescimento. A Ásia, especialmente a China, continua a ser um foco principal, onde a participação estrangeira nas vendas representará mais de 80% em 2024. A crescente procura de pneus premium e soluções especializadas para veículos eléctricos poderá levar o segmento de pneus a crescer 3-5% anualmente. No setor automotivo, sob a marca AUMOVIO, tecnologias autônomas e soluções de display oferecem potencial, especialmente através da colaboração com empresas de tecnologia como a Amazon Web Services, que aceleram o desenvolvimento de software por meio de tecnologias de nuvem Atreu descrito. Estas colaborações permitem uma inovação mais rápida e o processamento de grandes quantidades de dados, o que é crucial para o futuro desenvolvimento dos veículos. Os mercados emergentes no Sudeste Asiático e na América Latina também oferecem oportunidades para expandir a quota de mercado no segmento de pneus, desde que os riscos geopolíticos e as questões da cadeia de abastecimento permaneçam administráveis.

O equilíbrio entre estes riscos de mercado e obstáculos regulamentares, por um lado, e o potencial de expansão, por outro, será crucial para a Continental. A capacidade de navegar pelas incertezas geopolíticas enquanto se investe em mercados emergentes pode significar a diferença entre a estagnação e o progresso. A forma como o Grupo supera estes desafios continua a ser um aspecto central do planeamento estratégico nos próximos anos.

Fontes